Câmara Secreta
- J.K. Rowling
- 4 de nov. de 2014
- 3 min de leitura

A subterrânea Câmara Secreta foi criada por Salazar Slytherin sem o conhecimento de seus três companheiros fundadores de Hogwarts. Acreditaram, por muitos séculos, que a Câmara era um mito; no entanto, o fato dos rumores de sua existência persistirem por tanto tempo revela que Slytherin falou de sua criação e que os outros acreditaram nele, ou então tinham sido autorizados, por ele, a entrar lá.
Não há duvida de que cada um dos quatro fundadores estava procurando carimbar a sua própria marca sobre a escola de magia e bruxaria que acreditavam que seria a melhor no mundo. Foi combinado que cada um construiria suas próprias casas, por exemplo, escolhendo a localização das salas comunais e dormitórios. Porém, apenas Slytherin foi mais longe e construiu o que era praticamente um quartel general pessoal e secreto dentro da escola, com apenas ele e seus convidados tendo acesso ao local.
Talvez, quando ele construíra a Câmara, Slytherin não queria nada mais do que um lugar no qual poderia instruir seus alunos em feitiços que os outros três fundadores poderiam reprovar (discordâncias surgiram cedo em torno do ensino das Artes das Trevas). Contudo, era claro – devido à grande decoração da Câmara – que no momento em que Slytherin a terminou ele havia desenvolvido grandiosas ideias de sua própria importância para a escola. Nenhum outro fundador deixou para trás uma estátua gigante de si mesmo ou cobriu a escola em emblemas de seu próprio poder pessoal (as cobras esculpidas em torno da Câmara Secreta sendo uma referência aos poderes de Slytherin como um ofidioglota).
O que é certo é que no momento em que Slytherin foi forçado a sair da escola pelos outros três fundadores, ele decidiu que dali em diante, a Câmara que tinha construído seria o lar de um monstro que só ele – ou seus descendentes – seria capaz de controlar: um basilisco. Além disso, apenas um ofidioglota seria capaz de entrar na Câmara. Isto, ele sabia, manteria longe todos os três fundadores e todos os outros membros do corpo docente.
A existência da Câmara era conhecida pelos descendentes de Slytherin e aqueles com quem eles escolheram compartilhar a informação. Assim, os rumores permaneceram vivos através dos séculos.
Há evidências claras de que a Câmara foi aberta mais de uma vez entre a morte de Slytherin e a entrada de Tom Riddle, no século vinte. Quando criada primeiramente, a Câmara era acessada através de um alçapão escondido em uma série de túneis mágicos. No entanto, quando o encantamento de Hogwarts se tornou mais elaborado no século dezoito (este foi um raro de exemplo de bruxos copiando trouxas, porque até então faziam suas necessidades onde quer que estivessem e acabaram com as evidências), a entrada para a Câmara foi ameaçada pois se localizava em um banheiro. A presença na escola de um aluno chamado Corvino Gaunt (descendente direto de Slytherin, e antecedente de Tom Riddle) explica como o alçapão simples foi secretamente protegido, de modo que aqueles que sabiam conseguiam acessar a entrada para a Câmara mesmo depois da troca das canalizações sobre ela.
Boatos de que um monstro viva nas profundezas do castelo também se mantiveram por séculos. Novamente, isso é porque os que podiam ouvir e falar com ele nem sempre foram tão discretos como deveriam: a família não pôde resistir a vangloriar-se de seu conhecimento. Como ninguém mais podia ouvir a criatura correr debaixo das tábuas, ou mais tarde, através dos canos, eles não tiveram muitos crentes, e nenhum, até que Riddle ousou libertar o monstro do castelo.
Os diretores e diretoras seguintes, para não mencionar uma série de historiadores, vasculharam o castelo completamente muitas vezes ao longo dos séculos, e cada vez mais concluíam que a Câmara era um mito. A razão de seus fracassos era simples: nenhum deles era Ofidioglota.
escrito por: J.K. Rowling
traduzido/revisado/postado por: Kalel Pessanha
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